Sunday, January 07, 2007

ao cinzeiro

Querido mais novo amigo, sua sobriedade e silêncio incrépitos logo me conquistaram ao primeiro olhar, a sublima condição da sua espécie, de se manter em silêncio, e claro amaior de todas as características o tal do irrascível.
Incrível como algumas horas de conversa são capazes de transformar a vida de duas coisas tão insólitas. A indolencia de nosso relacionamento deixa o clima mais ameno, enqualto deposito sobre você minha alma despedaçada e carbonada, repleta de tristeza e solidão. Você insita a inveja em mim mesmo, nessa sua pose afável e imutável de ser superior, e na verdade sou submisso a você, as suas vontades e loucuras. O olhar contestador e a dúvida permanetne nas confissões que lhe entrego beijadas e quentes no ardor da alma me desbastam. Destroi-me dos pulmões ao pênis e me deixa a salivar esperando por mais. Mais noites em que me encontro com você lá, estendido e parado no mesmo lugar, pronto para receber as cinzas de meus choros intermináveis e fazer-me auto-destruir. Incrível como uma relação de dor, dúvida e submissão possa ser tão paradoxalemente perfeita e consumir-me de paixão.
Sei que pertencemos a mundos diferentes, com pudores sociais diferentes, mas você me auxilia em minha trangressão, e eu lhe auxilio na sua. Que sigamos assim, sempre, você intransigênte e eu indefectível.

1 comment:

Anonymous said...

ui, que texto.
xD