Tuesday, September 11, 2007

Volta

Num retorno não anunciado,esse espaço abre mais uma vez portas a literatura Cezariana.

Estou numa fase de autoconsiencia,de analise depossibilidades, jogos probabilisticos e bebedeiras sem fim. Não que isso represente algum orgulho ou honra,porém muito pelo contrário não me desonram maços de cigarros e garrafas de cerveja. As coisas,nofimdascontas são todas coisas e posso numa mesma frase colocar Avião girafa e melão. Você não deve estar entendedno nada,acho que nem é pra entender,meu entendimento está muito anti-ético.

Tenho tidoexperiencias formidáveis com meus amigos soulseekanos, em discussões super prolixas sobre coisas,que vão desde o punk rock até o problema nacional conhecido por classe média. Talvez se eu fizesse um agregado dessas discussões produziria um livro ou uma tese sociológica, mas não precisa ser sociologo pra se entender que somos todos bonzinhos mas colocamos nossos amiguinhos pobres na fila do sus.

sobre essa coisa toda,elke maravilha tem um texto super bonito sobre a guerra:

Sou filha da guerra. Acredito na paz, mas nós não estamos prontos para ela. A gente não pode ter paz por enquanto. Não agüento as pessoas que ficam pedindo paz, paz, paz. Quando um nobre, como minha mãe, casaria com um russo fodido? Só na guerra mesmo. Na guerra, ninguém é nada, ninguém é rico, nem nobre, nem porra nenhuma. A guerra nos nivela. No Brasil, o fato é que nós só excluímos, excluímos, excluímos pessoas... E não preciso ser socióloga para saber o elementar: se tenho um brinquedo e não divido com meu irmãozinho, um dia ele vai pegar o brinquedo na porrada. E é isso que nós fizemos. Nós somos bonzinhos [diz em tom irônico], mas deixamos nossos irmãos na fila do Inamps.

e numa resposta atemporal o grande genial e timido charles chaplin nos responde:

O último discurso de “O Grande Ditador”

Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!




o ser humano é bom,eu sei que é.