Monday, April 02, 2007

Carta ao homem-machão-que-destesa-homens-cool

Caro homem;
se me permite, gostaria de dirigir-lhe algumas palavras. Não, não como você não pretendo fazer deste texto uma enxurrada grotesca de palavrões e pornografia. Diferentemente, pretendo ser claro, ético e objetivo, e claro delicado, característica essa intrinseca a mim que você comumente atribui a homossexualidade.
Não, não estou levantado bandeira nenhuma, e também ao contrário do que esse seu espírito machista pensa, não sou gay. E talvez isso te irrite, e muito, uma vez que nesse seu mundinho é impossível conceber que possa existir alguém que saiba sentar a mesa, escolher roupa, assitir documentários, comer comida estrangeira, ler livros, desenhar, frequentar esposições e shows bacanas que não seja gay. Mas existe. e isso fundamentalemnte faz o diferencial dessas pessoas.
Sei que você sempre me olha de rabo de olho, perscutando sobre o que eu tanto converso com as pessoas, por que elas riem do que eu falo e por que conseguimos ficar sérios também enquanto conversamos. Sei que é louco para saber por que mesmo não usando o cabelo espetadinho (agora amoda é falso moicano), bermuda floral de marca cara e camisa de griffe surfista ainda sim consigo ser alguém que as pessoas procuram para conversar.
Sabia mechi no seu brio, te vexei. Seu maior atributo é também seu maior dolo. Sua esteriotipada e famigerada vaidade lhe impede de conseguir se abrir para um novo mundo, cheio de possibilidades. Sua preocupação em ser o tal pegador, com as roupas mais caras, nem por isso bonitas, e ter o cabelo mais bem não sei se penteado ou despenteado, lhe preendem. É como se você fosse o retrato masculino da futilidade feminina. Você desconhece o mundo, por isso é tal efêmero. Dura o tempo de sua moda. e Logo depois se desconstroi para se reconceber 0utro enxuto dos modismos.
Você não lê, não escuta musica que não possa ser tocada no carnaval e nas baladas e o pior não sabe conversar.
só sabe ser esse miguxinho risonho que perde tempo puxando saco das "mina" para ficar com uma bonitinha, vazial tal qual você, e ficarem, simplesmente, melhor dizendo estarem lá um do lado do outro, e depois disfilar por entre seus amigos machões que te acompanham, exibindo a menina comos e fosse um troféu pelo tamanho zelo que você teve com sua aparência e suas comedidas palvras (não por descrição, mas por falta de ter o que falar).
Sinto não ser tão pouco. Não me contentar em ser assim. aspirar mais coisas do que simplesmente minah aparência de "pegador". O problema talvez seja esse e talvez isso um dia a maturidade o mostrará, afinal você não poderá passar a vida toda maqueado. Espero apenas que não seja tarde para você entender que o doce da vida é vivê-la pra você não para seu circulo playsson. Já pensou em pensar no que você realemnte gosta? No que você realemnte queria fazer, sobre o que conversar?
Vamos lá existe vida além da vaidade e dos velozes e furiosos.

Um abraço, se me permite tamanha cortesia.

1 comment:

Felipe Dib Boufflers said...

ótimo texto
e sem mais palvras.